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Spectrolab levou a oficina de criação artística com reciclagem "Corpos Residuais" a quatro cidades

Lixo que vira arte: coletivo de MT provoca reflexão sobre descarte irregular de resíduos sólidos


Projeto do Spectrolab visitou quatro cidades com oficinas de criação artística com lixo reciclável.



O lixo produzido nas cidades geralmente é visto e tratado como um problema. Pensando em provocar uma reflexão sobre o descarte irregular desses resíduos é que o Coletivo Spectrolab pegou a estrada em 2021. O intuito: promover a consciência ambiental através do reaproveitamento criativo do lixo nosso de cada dia.


Ao longo do primeiro semestre do ano, o grupo ministrou o Workshop ‘Corpos Residuais’, que trata sobre o tema em quatro cidades de Mato Grosso. Os encontros foram realizados em Cuiabá, Cáceres, Chapada dos Guimarães e Primavera do Leste.


Estiveram à frente do projeto os artistas Millena Machado e Douglas Peron.


Além da teoria, os participantes – com o clichê “mão na massa” – puderam criar bonecos, fantasias, e máscaras com diversos tipos de lixo reciclado nas próprias cidades. Sacolas de plástico, caixas de ovo, embalagens de comida, lixo eletrônico e outros tantos materiais foram reutilizados e ressignificados.


“Trabalhamos com essas técnicas das formas animadas, de como criar máscaras, como criar boneco. Pensar sempre em formas que representem algo, que seja uma simulação, um signo, um símbolo, um simulacro”, explica Douglas Peron, do coletivo.


Intervenção urbana


“Vi uma notícia dizendo que até 2060 haverá mais plástico do que peixes nos rios. Imagina como será o planeta se não mudamos de atitude. O que acontecerá? Como isso vai interferir no nosso próprio corpo”, provoca Millena Machado, do Spectrolab, durante uma das oficinas.


A partir desse e de outros disparadores, as mais diversas criaturas surgiram. São exemplos: um jacaré feito com embalagens de comida; a carcaça de um peixe gigante de varal; vestidos de noiva com sacola plásticas...


“Às vezes, a gente pensa que para fazer uma coisa legal precisa gastar muito, principalmente se for figurino”, conta Pedro Neves, que participou do encontro em Cáceres e considera a reutilização um ato político. “Estamos lidando com a questão de obsolescência programada. Tudo tem que ter uma troca muito rápida. Essa questão de reutilizar é um ato extremamente político”, completa.


Dentro dos ateliês, olhar atento para a produção das peças e reflexões que surgiram a partir do tema. Nas ruas, olhares curiosos e atentos pararam para assistir a visita das criaturas confeccionadas em uma intervenção urbana em cada uma das cidades.


As oficinas foram registradas em vídeos. As imagens documentam a vivência durante a construção das criaturas e também as discussões feitas sobre o tema. As imagens são do fotógrafo Henrique Santian e Emílio Baccarin. Veja o resultado da oficina no mini doc realizado por Marcelo Sant'Anna:





Mais informações:

E-mail - spectrolabcena@gmail.com

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